“Sonhar mais um sonho impossível. Lutar quando é fácil ceder. Vencer o inimigo invencível. Negar quando a regra é vender...”. (Chico Buarque/Ruy Guerra).

ESCLARECENDO...

Tenho uma grande amiga, que funciona assim como se fosse a consciência crítica, deste poeta e sonhador, e que, vez em quando, alerta de que eu me meto em múltiplas empreitadas que todos sabem que não vou conseguir concluir, mas insisto em começar, mesmo que um dia eu consiga “terceirizar os sonhos” e alguém, de preferência ex-alunos, as realizem, ou, pelo menos, as levem adiante, mais um pouquinho que seja.

Destarte, este último que apenas está no começo da sua 2ª metade, já me envolveu na série “Festas populares e tradicionais da Bahia”, que foram atropeladas pelos “Carnavais e Micaretas”, depois pelas “Festas Juninas e 2 de julho” e, agora, neste momento, por estes “Coiós Olímpicos”, que tento fazer diários, mas, literalmente vejo, mas não acredito, que será impossível. Tudo isto sem contar as “Memórias do Bar Quintal do raso da Catarina”, cujo volume II, está praticamente parado.

Entrementes, em minha defesa, alego que algumas pessoas, vez em quando, me seguem e já vem aí a 1ª cria do livro “Memórias...”, posto que Lustosa estará, em breve, lançando seu “livro de causos”, derivados desta experiência, conforme apresentamos no texto de abertura “Um Pouco de Metodologia”. Por outro lado, ocasionalmente, alguém se entusiasma com um desses “projetos malucos” e os levam adiante. Aliás, meu senso crítico costuma dizer que eu sou “especialista em arrumar trabalhos para os outros”. Alô América, Antônia e Anna! Minhas ex, quase futuras parceiras nas histórias da Ribeira!

Posto estas palavras que poderão me desculpar e já atropelado pela reta final desta Olimpíada Rio 2016, uma festa inesquecível para sempre, desde já, independentemente dos resultados matemáticos que venhamos, ou não, conquistar, passo a tentar manter minhas postagens diárias. Vamos lá, moçada!

QUADRO DE MEDALHAS Ou “A LÓGICA DO JOGO”.

Uma das formulações mais interessantes da Filosofia e que me tem auxiliado muito na minha vida é a chamada “lógica do jogo” que nos ajuda a compreender algumas situações que, aparente e inicialmente, podem nos parecer pouco inteligível. Exemplo disto é a classificação no Quadro de Medalhas Olímpicas, definida, apenas, pelo número das premiações em Ouro, e não pelo quantitativo total destas. Do mesmo modo que cada esporte tem a sua lógica de pontuação que pode ser linear como futebol e vôlei, ou alternado como o basquete que pode ser 1, 2 ou 3. E o que dizer do tênis? E por aí vai.

Além do mais, tem esportes que é muito pouco premiado, como o futebol em que mais de 15 atletas, por equipe disputam apenas 1 medalha, para o feminino e outra para o masculino, enquanto outros, como o atletismo, a ginástica e a natação, um só atleta pode ganhar várias delas, inclusive individual ou coletivamente. Desta forma, um fenômeno, como Phelps, para chegar ao seu número de medalhas no futebol, por exemplo, precisaria de 18 jogos olímpicos, ou 68 anos, o que é literalmente impossível, ao nível de hoje. Porém, esta é a “Lógica do Jogo”, definida por cada Confederação ou Federação e não adiantar reclamar.

Posto isto, vamos aos números do Quadro das Medalhas!

CHEGANDO A NORMALIDADE.

Costuma-se dizer que “os primeiros milhos são dos pintos”, depois é a “hora de separar os meninos dos homens” ou “as meninas das mulheres”, para não ser chamado de “misógino”, palavrinha da moda para denunciar nossa sociedade tradicional, patriarcal, machista, sexista e... misógina. Com estas expressões se quer dizer que no começo das disputas podem acontecer excepcionalidades, como o Cazaquistão, mas à medida que as disputas avançam e o número de medalhas se consolida, é chegada à vez dos números reais.

Desta forma, o quadro atual apresenta os EUA disparados na frente, praticamente inalcançável, seguido de um bloco das grandes potências, como China, Grã-Bretanha e Federação Russa (?), além de um novo grupo, formado de Itália, Alemanha, França, Japão, Austrália e Coréia do Sul, observem que é praticamente a reprodução do G8 ou 10. E, finamente, o bloco que poderíamos chamar de G20, contanto com: Países Baixos, Hungria, Espanha, Nova Zelândia, Cazaquistão, ainda, e, enfim, Brasil.

Posto isto, nos resta estranhar a ausência do Canadá, um dos membros do G8, e do Quênia, país com tradição nas corridas de longa distância e maratonistas, que devem ganhar ainda mais alguns ouros e, assim, lhes assegurar, uma melhor classificação, dentro da sua média histórica.

ENQUANTO ISSO O BRASIL...

O Brasil que continua pontuando com suas várias medalhas deve ultrapassar sua média histórica, que se em classificação fica na faixa pouco abaixo da 20ª, no total de medalhas fica em torno de 15, mais ou menos, que será, se não já foi, largamente, ultrapassada, devendo ter até mais do que o crescimento médio normal, do país promotor que é de 30%, aproximadamente, o que nos daria algo em torno de 18 medalhas. A depender dos “meninos da ginástica”, da galera do futebol (?) e do vôlei, será uma barbada. Quem viver, verá!

Sérgio Guerra
Licenciado, Mestre e Doutor em História
Professor Adjunto da UNEB,.DCH1 Salvador.
Conselheiro Estadual de Educação - BA.
Colunista Político Semanal do Portal Mais Bahia.

Presidente do Instituto Ze Olivio  IZO

Cronista do site "Memorias do Bar Quintal do Raso da Catarina".

Compartilhe: