Já é verão e as gavetas das expectativas começaram à ser abertas. Primeiro, vem a expectativa do efeito causado sobre o corpo após horas extenuantes de malhação e dietas vegans.
Como será o primeiro dia usando aquele biquine de grife ? ou aumento do peitoral do rapaz , causará suspiros femininos ? Verão chegou aumentando a temperatura da libido catalisada pela endorfina e a lascividade desfila pelo calçadão. A ordem é azarar. Azarar e comer. O abdomem encolhe, a idade reduz, a bunda evidencia e as balzaqueanas colocam toda a experiência de vida a serviço dos jovens aventureiros. Os bares lotam, as praias congestionam, os preços extrapolam e a felicidade não tem limites. Vale tudo no verão, menos chover. Mesmo sendo aquela chuva de verão, melhor que não ocorra. No verão as putas ficam mais felizes, afinal é o período de maior desempenho no mercado da carne, bem alimentado por moedas cosmopolitas. Algumas concretizam os investimentos com um matrimônio e uma cidadania estrangeira. O verão é imprevisível, embora seja mantido pelas expectativas e essas associadas à ansiedade. No verão tudo é rápido. A comida. A bebida. O beijo. A foda e a jura de amor. O verão é veloz. O velocímetro é o seu relógio de vida. Os encontros fortúitos, o por do sol. Tudo é rápido como se furta. Um trem desgovernado colina abaixo sem pausa para outra estação que não seja verão. Tudo é verão. Praia, som, areia, gelo, pele, sêmen, abraço, rosca, coca, trio, suor, sorvete, cerva, baseado, dendê, chinelo, coco, bermuda, bronze, cor, rock, reggae, barco, trans, gata, barriga, vinho, celulite, lavagem, sol e fogo. O que restar serão cinzas e nada mais. |