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Será que sou um pai de santo? Por Marconi De Souza Reis
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Seg, 02 de Janeiro de 2017 04:47

Marconi_de_Souza2Numa noite qualquer do verão de 2016, meus filhos me pediram para que eu elegesse a melhor canção dos anos 80. Zorra... Senti-me num paredão chinês, porque, sinceramente, difícil escolher a melhor melodia daquela década.

As canções das décadas anteriores (1950, 1960 e 1970) foram formidáveis – os Beatles são deuses, após Bach, Beethoven e Mozart –, mas, sem dúvida, vivi a era da melodia. É impressionante a produção melódica dos anos 80. Incrível!

Mas, enfim, tinha que responder aos meus filhos sobre a melhor canção dos anos 80. Antes de opinar, Mônica intercedeu:

– Não se esqueça de Tom, Chico, Gil, Caetano, Milton, Djavan, Roberto, João Bosco, Luiz Gonzaga, Rita Lee, Ângela Rô Rô...

Ela só curte música brasileira. Minha esposa não gosta de música estrangeira.

Bem, se os meus filhos me fizessem essa pergunta quando eu vivia a própria década de 1980, a minha escolha iria sair dessas dez canções:

• “Overkill”, do Man At Work (1983)
• “Another brick in the wall”, do Pink Floyd (1980)
• “Vitrines”, de Chico Buarque (1982)
• "Human Nature", de Michael Jackson (1983)
• “Ashes to Ashes”, de David Bowie (1980)
• “The boy with the thorn in his side”, do The Smiths (1984)
• “Luz do Sol”, de Caetano Veloso (1982)
• “Watching the Weels”, de John Lennon (1980)
• “I still haven't found what I'm looking for”, do U2 (1987)
• “Índios”, da Legião Urbana. (1986)

Mas, ao me afastar no tempo dos anos 80, e aumentar, portanto, a experiência – a única coisa que melhora com os anos –, percebo que a canção que melhor representa aquela década melódica é “Careless Whisper” (1984), de George Michael. E foi essa canção que revelei a eles como a melhor dos anos 80, naquela noite de verão de 2016.

E passei o ano inteiro de 2016 afirmando em casa que iria escrever uma crônica sobre essa canção, afinal, “Careless Whisper” é melodicamente uma miniópera, com leitmotiv e ápice típicos do enredo lírico verdiano. George Michael esbanja tanto talento nesta pérola, que começa a canção pelo arranjo do sax. Putz...

Em novembro passado, estava num engarrafamento no bairro de Itinga, aqui em Lauro de Freitas, quando a rádio tocou “Careless Whisper”. E então pensei: “Poxa, prometi várias vezes este ano escrever uma crônica sobre essa canção e 2016 está acabando”. Senti, logo em seguida, uma tristeza profunda, tristeza poética. Pois é...

Na noite de domingo passado (25/12/2016), ao saber da morte de George Michael, questionei-me: “Será que eu sou um pai de santo?”. Ora, é incrível como passei 2016 inteiro desejando escrever uma crônica sobre essa canção, e o cara vai morrer logo no crepúsculo do ano, numa noite de Natal. Pelo menos algo eu tenho em comum com os pais de santo – adoro charutos!

Mudando de assunto, ratifico que hoje iria publicar um conto escrito em 20/11/2016. Mas Eduardo Frederico chegou à minha casa na sexta-feira, e, segundo ele, ficou tão encantado, que fazia questão de ser filmado na piscina, no espaço gourmet, no salão de jogos, enfim, ele quis mandar algum recado para alguns desafetos meus. Quem conhece Eduardo, sabe qual era o recado. Ele é psicólogo.

Então tive que criar um novo texto – escrevi ontem pela manhã essa sucinta reflexão sobre o ano de 2016 –, e decidi gravar rapidamente a canção de Bob Dylan, que eu não tocava há muito tempo, mas que, no contexto, nos remete ao Nobel de Literatura. Gosto de tocar a gaita segurando-a com as mãos. Assim, pendurada no pescoço, as notas não saem límpidas.

Mas o vídeo caseiro editado por meu filho George ficou razoável, com as belas imagens da praia, até porque os primeiros versos dessa canção de Dylan casaram ironicamente bem com as meninas de biquíni nas areias de Villas. Adoro essas coisas improvisadas, amadoras, e que terminam, com destreza, puxando o tapete do previsível...

Ah sim: a maré estava baixa na sexta-feira, como estará hoje, daí que, daqui a pouco, irei com o meu filho, ou sozinho, para o mesmo point de Villas. Eu jamais troco a praia por uma piscina. Praia é vida! Feliz 2017.

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