A bárbara invasão da vila esquisita. Por Franciel Cruz e |
Ter, 07 de Fevereiro de 2017 02:43 |
No pé do Morro do Conselho Rio Vermelho se agitava Naquela área sagrada O Mercado glorificava Lugar de encontro marcado O deleite nunca gelava
O bom Mercado do Peixe Era o relógio da cidade No local se reunia Gente de toda idade Na noite se misturava Era só felicidade Na Barraca Nego & Riso Eu mesmo curti noitadas Bebi e sambei com amigos E lá varei madrugadas Também não posso mentir Derrapei e dei mancadas Foram 50 anos de festa Onde a chibança imperava Com moqueca e cerveja A noite nunca acabava O povo chegava cedo Ficava até hora que dava Mas a presença do povo Incomodou o alcaide Que botou tudo abaixo Num ato de crueldade Matou o peixe afogado Meu Deus! que barbaridade Para apagar a história Armou-se um sururu Fez-se a higienização Disseram que tava nu Tirou o Tupinambá Vestiu o Caramuru Expulsaram barraqueiros Quebraram as suas guias Onde antes era festa Agora são assepsias Reduziram os espaços Não existem mais alegrias Privatizaram a felicidade Sem a menor cerimônia Armaram um fuzuê Criou-se a Babilônia E pra fechar o pacote Convidaram um PAMONHA Não é a primeira vez Que Brown entra de gaiato Sempre que o caldo entorna Todos fogem, fica o pato O sujeito não tem ética Muito menos o recato E logo no dia DELA Inventou a “enxaguada” Quem é do mar não enjoa Viu logo a palhaçada Armamos a resistência A nossa turma é danada E a Rainha das águas De temperamento forte Achou que isso era mau Concedeu o passaporte E o combativo RVA Lutou contra aquela morte RVA significa Rio Vermelho em Ação Junto com o Diretas Já Organizaram o povão Invadiram a vila esquisita Gritando nécaras e não E esta movimentação Na história tá marcada A Anarco-Percussiva Coordenou a batucada E a voz de Mariella Invadiu a festa privada Por fim eu vou repetir Pra aquele q’inda sonha Lute pelos seus direitos Protesto não é vergonha É somente um antídoto Contra os bichos de peçonha
|
|
|