Em meio a morte de mais de 500 mil brasileiros, provocada em grande parte pela política genocida e negacionista de Jair Bolsonaro, explode um tenebroso escândalo de corrupção no Ministério da Saúde, no qual a compra de vacinas de grande

O desastre sanitário, eivado de uma corrupção cruel de desumana, se soma à devastação ambiental, à inflação descontrolada, à destruição da educação pública, à perseguição da cultura e da arte, ao ataque às instituições e  à democracia, ao estímulo ao feminicídio, à homofobia e ao genocídio dos povos indígenas e à desmoralização do Brasil perante o mundo, por conta de uma diplomacia fundamentalista e negacionista que transformou o país em um pária mundial.

Mesmo diante de todo esse descalabro, o grande capital financeiro continua indiferente, ou apoiando o miliciano fascista, porque está interessado na entrega do patrimônio público, como na escandalosa privatização da Eletrobras, e na aprovação de reformas antipopulares, como a famigerada reforma administrativa. Ou seja, para os grandes tubarões da especulação financeira, o que vale são os seus lucros fabulosos às custas do dinheiro público. Estão pouco se lixando se a população está morrendo de fome, de covid ou das balas de uma polícia assassina, cuja sanha o bolsonarismo alimenta para fortalecer sua base  de apoio fascista.

A grande mídia capitalista (subordinada aos interesses do grande capital financeiro) se omite, ou, no caso dos seus setores mais atrasados (leia-se Record e SBT), assume descaradamente a defesa do governo genocida. Alguns grupos, que têm seus interesses contrariados, como a Globo, ensaia uma tímida oposição, muito aquém do que seria esperado, diante dos reiterados ataques de Bolsonaro à imprensa.

O Congresso, dominado pelo fisiologismo repugnante do Centrão, avança com sofreguidão sobre o dinheiro público, que lhe chega com emendas e orçamentos paralelos que o governo fascista, acuado, lhe proporciona desabridamente, sem qualquer pejo ou pudor. Não se poderia esperar outra coisa de um Congresso que foi eleito sob a hegemonia da Lava Jato, da farsa da luta contra corrupção e da antipolítica, o que possibilitou a eleição de uma manada de aberrações políticas, a grande maioria fardada e togada, na funesta eleição de 2018.

Um judiciário, parasitário, corrupto e reacionário, um exército  corrompido, incompetente, igualmente parasitário, e historicamente reacionário e entreguista, e, por fim, as seitas neopentecostais, em sua maioria, organizações criminosas que vivem da exploração da fé e da ignorância de parte da população, se juntam aos demais atores nesta opera bufa que levou o país ao desastre em que se encontra e à desmoralização perante o mundo. As elites econômicas e seus asseclas reiteram, assim, o seu papel de grandes responsáveis pela desgraça brasileira, envidando todos os seus esforços para manter o Brasil na condição de colônia escravista.

E mais uma vez, a única esperança desta terra devastada reside na força da mobilização popular. Dela depende o país para fugir ao destino funesto que lhe impõem as aves de rapina do capitalismo neoliberal.

Que neste 03 de julho, os trabalhadores e os segmentos democráticos e progressistas da sociedade brasileira possam começar a alterar o rumo dessa história, conduzindo o país em direção à civilidade, ao estado de direito, à justiça social, à pluralidade artística, cultural e comportamental, à tolerância intelectual e religiosa e às liberdades democráticas.

Fora Bolsonaro, miliciano genocida!

Impeachment já!

Viva o 03 de julho!

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