DomingueirasI. Por Sérgio Guerra |
Dom, 24 de Outubro de 2021 02:46 |
No aguardo da “Discussão e Aprovação Final do Relatório Final da CPI da Pandemia”, previsto para esta semana que se inicia, nos preocupa, sobremaneira, os seus desdobramentos, posto que o indiciamento do “presidente Bolsonero & família”, além de outras autoridades governamentais de alto escalão , inclusive militares, gerará, necessariamente, grandes tensões políticas considerando que mais um processo de “impeachment”, desta vez independentemente da vontade do presidente da Câmara, que já tem em cima de sua mesa mais de 130 pedidos nesse sentido pois não considera o “momento oportuno” para deflagrar nenhum deles independentemente das justificativas e razões alegadas.
Aliás, vale aqui o registro do grau de egocentrismo revelado em algumas instituições nacionais, pois o presidente da Câmara tem o poder monocrático e autoritário de sozinho e dependendo apenas de sua vontade ou entendimento pessoal, engavetar demandas de mais de uma centena de pedidos, como esses acimas citados do “impeachment”, sem sequer ouvir, ou mesmo consultar, os outros deputados que compõem a “Mesa Diretora da Câmara”. Imaginem que até o presidente da República, eleito, individual e pessoalmente, para o exercício do poder Executivo, tem seus vetos e decretos sujeitos a revisão do Congresso Nacional, inclusive com o direito de “derrubar o veto ou o decreto”, que assim passam a valer ou não, acima das vontades e desejos pessoais do presidente. Muito estranho e absurdo este poder do presidente da Câmara! Por outro lado, como o Relatório Final da CPI seguirá diretamente para outras instâncias, nas quais as decisões do presidente ou coordenador ainda estão sujeitas a “cortes revisoras”, dependerá não só de uma decisão monocrática e pessoal, mas também de uma maioria em que o presidente da república pode ou não ter maioria para a bloquear ou mesmo arquivar. Ainda nesta linha, alguns recursos que deverão ir para organismo internacionais, especialmente, os voltados para a “defesa e garantia dos direitos humanos” deverão ter prosseguimento e deverão causar, pelo menos constrangimentos ao presidente, famílias e auxiliares, quiçá até bloqueando suas incursões internacionais, visto que deverão ter seus nomes incluídos nas várias listas de perseguidos e procurados pelos órgãos do mesmo quilate. Por estas razões os membros que compuseram a maioria da CPI da Pandemia já falam até em se constituir como um “Grupo de Acompanhamento” para não deixar que suas reveladoras “Conclusões” se tornem inócuas e vazias. Enfim, na pior das hipóteses, os seus resultados, deverão ser muito usadas nos debates eleitorais, prejudicando enormemente a caminhada do presidente em busca de uma reeleição, que se torna a cada mais distante, independentemente da força que seu maior adversário, o ex-presidente Lula, já sobejamente comprovou e da capacidade de aglutinação que, um cada vez menos provável, candidato da “3ª Via” possa demonstrar. Assim, na pior das hipóteses, a CPI da Pandemia terminou por causar danos, quiçá irreversíveis, ao projetos de Bolsonero. 24/10/2021. Sérgio Guerra. |
Última atualização em Seg, 25 de Outubro de 2021 03:19 |
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