Domingueiras CDIII Viva a República. Por Sérgio Guerra |
Seg, 14 de Novembro de 2022 01:08 |
Resultado de uma quartelada promovida por comandantes próximos do Imperador, inclusive o próprio proclamador Deodoro da Fonseca, podemos dizer, repetindo uma citação clássica sobre o ato da “Independência do Brasil”, que “o povo assistiu a tudo bestializado”. Deste modo, a República no Brasil, nunca teve a devida consideração que esta mudança de um regime monárquico, familiar e personalista, para uma situação de democracia, alternância do poder, ou mesmo de governo, em que a “coisa pública” deveria substituir a “propriedade privada”, o mesmo que familiar, hereditária e pessoal.
Assim, ainda observamos um processo político em que as permanências familiares, na política, se desdobram de pai para filhxs, até netxs, além de irmãos, irmãs e demais membros da parentela, não só pela “transferência de votos”, como também pela “nomeação para os cargos de confiança política”, criando os famosos “cabides de emprego”, milhares & milhares em todos os níveis, para parentes & amigos, e até mesmo militares, como no atual governo, garantindo uma “renda pessoal extra”, fruto de uma “acumulação de cargos e rendimentos”, para os aprochegados. Deve ficar claro que os cargos públicos que deveriam ser preenchidos, quando estritamente necessários, por “concurso público de provas e títulos”, passaram a ser ocupados por “membros de sua inteira confiança”, familiar, pessoal e/ou até mesmo política, em todos os sentidos, abandonando aquela saudável prática democrática e republicana, em benefício das opções familiares ou de proximidade, nem sempre passíveis de serem abertamente reveladas. Aliás, as famosas contratações, com a denominação genérica, imprecisa e vaga de “a bem do serviço público”, se prestam a todo o tipo e espécie de aproveitamento e oportunismo. Costumo dizer que a minha grande tarefa, enquanto cidadão e educador, será ajudar, sempre e incansavelmente, a construir uma consciência de que existe uma diferença essencial, fundamental e sempre necessária, entre a “res pública”, a coisa pública, que pertence a todxs, de usufruto da coletividade, exposta e aberta, como as notícias e a imprensa, além da “coisa privada”, de uso pessoal, como os gostos, as preferências, os sentimentos etc. Assim, não podemos nos omitir e sempre devemos propagar, incessantemente, além de festejar o nosso “15 de novembro”, gritando um forte e altissonante: “VIVA A REPÚBLICA!”.
13/11/2022. Sérgio Guerra Licenciado, Mestre e Doutor em História Professor Adjunto da UNEB. DCH1 Salvador.
Cronista do site "Memórias do Bar Quintal do Raso da Catarina".
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Última atualização em Ter, 15 de Novembro de 2022 07:49 |
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