Decalques: ou não? | Por Rilton Primo* |
Qui, 06 de Abril de 2023 05:26 |
Houve solipsistas que inverteram, antes de um então ainda iuvenis compositor ex Bahia, que assumir a perspectiva do outro, a empatia, é enxergar-se a si mesmo na retina do outro. Vai longe a especulação, não termina. É o avesso do avesso do avesso do avesso. É ele mesmo. Talvez por isto ele denegara (afirmara negando), como prescreveu Sigmund, que a perspectiva do outro, nas obras de Chico, em primeira pessoa e no feminino, (não) vinham do ego. E de onde saíram então? Os solipsistas antes dele eram, se não (in)sinceros, mais firmes neste ponto, ao doutrinar que, para eles, nada mais há para além do eu. Um surfista das ondas dos búzios da Bahia não usaria uma expressão tão eticamente vulnerável, além de uma platitude pré-Charcot. Jogou a concha de sete pontas, de que elas vêm "do céu". E o céu? Para ele, é parte do eu? Jamais saberemos, diz-se, se basta ele denegar a denegação da denegação da denegação. "Ou não", locução conjuntiva alternativa negativa, seu bordão, por excelência. Bordão plagiário, moeda miúda entre comentadores neoplatonistas no medievo e, antes, dos romanos, gregos, dos pré-socráticos do sim e do não ao mesmo tempo. Ó, dialética!... do que (não) se copia, na Bahia, e quão dessemelhante! *Consultor em Ciências Sociais Aplicadas | CEALA |
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