Carlos Gomes, D. Pedro I e Garibaldi. Por Carlos Pronzato |
Qui, 25 de Janeiro de 2024 06:35 |
Falar hoje em experimentos socialistas do fim do século XIX não pareceria apropriado. Mas é justamente pelo oposto que a tentativa cobra importância.
Já o dizia o escritor argelino e anarquista (ou socialista libertário) Albert Camus (1913 - 1960): “O obstáculo é o que faz avançar”. Sendo assim, avancemos nesta aparente contradição de viajar ao tempo dos três personagens do título do artigo e verifiquemos qual foi o motivo do laço que congregou num mesmo episódio um músico, um imperador e um guerrilheiro italiano. A resposta é a Colônia Cecília, comuna anarquista idealizada e concretizada entre 1890 e 1894 em Palmeira, a 80 quilômetros de Curitiba, pelo agrônomo e veterinário italiano Giovanni Rossi (1859 -1943). A criação da Colônia, considerada talvez a única de ideário anarquista na América do Sul - há o registro de uma outra colônia artística comunitária no Chile, entre os anos 1904 a 1905, baseada nos princípios filosóficos libertários de Liev Tolstoi (1828 - 1910) - se inscreve na volumosa migração europeia, que passava por imensas dificuldades econômicas, em direção ao Brasil e outros países da América. A bordo do navio Cittá di Roma, - há o livro homônimo de Zélia Gattai e também o famoso Anarquistas, Graças a Deus, da mesma autora, ela mesma descendente de imigrantes da Colônia Cecília -, o grupo de Rossi embarca no porto de Génova em fevereiro de 1890.
Carlos Pronzato Cineasta, diretor teatral, poeta e escritorSócio do Instituto Geográfico e Histórico da Bahia (IGHB) |
Última atualização em Qui, 15 de Fevereiro de 2024 02:27 |
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