A tradicional Festa de Yemanjá, no bairro do Rio Vermelho, possui um espaço de afirmação da cultura de matriz africana e da consciência negra que marcam a identidade da Bahia. Pelo quinto ano consecutivo, vai rolar no dia 02 de fevereiro, a festa Yemanjá é Black, que por meio da música, da moda, das artes visuais e da gastronomia, reafirma o legado negro nesta importante festa popular da Bahia.

A festa Yemanjá é Black já se consolidou como ponto de encontro de artistas, ativistas e pessoas que, ao longo do ano, contribuem para a luta e o debate contra o racismo e a intolerância. A festa torna-se, então, momento de celebração e de reforço da autoestima. As atrações deste ano, que reforçam esse objetivo do evento, são o grupo de samba Negros de Fé, a Banda Aiyê, do bloco afro Ilê Aiyê e o cantor e compositor Lazzo Matumbi. São artistas que, orgulhosos de sua identidade étnica, cantam a cultura negra e pregam o respeito e o fim das desigualdades. Música para dançar, para pensar e para celebrar.

A festa é produzida pelo ator Jorge Washington, do Bando de Teatro Olodum, e pela estilista Madá, criadora da Negrif, marca que também assina a camisa exclusiva para acesso ao evento. O público poderá degustar uma deliciosa feijoada, em um local com vista privilegiada da Festa de Yemanjá: o Santa Maria Bar e Restaurante, localizado no Largo de Santana (mais conhecido como Largo da Dinha). O espaço possui grandes janelas em estilo colonial que permitem vista para o mar e para a Colônia de Pescadores Z1, ponto central da festa, de onde sai o presente principal para a Rainha do Mar.

Arte – O artista plástico, Ademir de Souza, se inspirou nas curvas mais volumosas das mulheres negras para criar uma versão de Yemanjá. “Observava na Festa do Rio Vermelho muitas imagens de Yemanjá com corpo dessas manequins de passarela, muito diferentes das mulheres reais, que desfilam nas ruas da cidade e na própria festa. A ideia, então, foi valorizar essas formas e essa beleza de verdade”, explicou o artista.

Além de estampar as camisetas que dão acesso à festa, com a grife da marca de moda afro Negrif, a imagem de Ademir de Souza estará exposta no lounge do Santa Maria Bar e Restaurante, localizado no Largo de Santana. O artista, que é também administrador e arte-educador, está preparando uma instalação de 1,80m de altura, com a imagem formada por um mosaico de azulejos.

”Como fizemos no ano passado, teremos um artista plástico apresentando sua versão da Rainha das Águas e expondo sua obra no lounge que recepciona o público. Assim, a festa reúne moda, artes visuais, música e gastronomia, em uma grande celebração à cultura negra e suas expressões nas artes”, explica a estilista Madá. A organizadora reforça ainda que, realizada há cinco anos, a festa já se consolidou como um espaço de afirmação da cultura de matriz africana e da consciência negra que marcam a identidade da Bahia. “Queremos reafirmar o legado negro nesta importante festa popular da Bahia”, afirma.