O cortejo tradicional, com ala de baianas e carro alegórico com os homenageados, acontece a partir das 11 horas, saindo da Praia de Placaford, em Piatã, sob animação de alabês (músicos do candomblé), com participações de integrantes dos afoxés Korin Nagô e Filhos de Ghandi. Segue pela Orla, passa pela Sereia e vai até a igreja. Após o desfile e a lavagem das escadarias, feijoada para as baianas e convidados.
Durante toda a tarde, em meio a grande público, acontecem desfiles de blocos, grupos de samba e do famoso Malê Debalê, um dos blocos afro mais importantes de Salvador. O bloco Galera do Mar, outra iniciativa do artista Ives Quaglia, vem com uma nova peça alegórica, a “Baleíta”, um “filhote” da réplica da Baleia Jubarte, também criada por ele, em alusão à reprodução do cetáceo em águas do mar da Bahia e o Polvo gigante.
Além dessas alegorias, “a festa que já contou com o bloco “A Lenda do Pássaro do Abaeté numa manhã de muito Sol”, organizado pela jornalista Helô Sampaio, em homenagem ao artista Calazans Neto, mantém a defesa da preservação ambiental com a Cobra Verde e o Sariguê, que homenageiam a fauna da Lagoa do Abaeté”, de acordo com a doutora em Ciência da Educação, Mônica Bittencourt, no livro “A Cultura Visual de Itapuã” (Editora Boa Ideia). No sábado, dia três, está previsto o desfile do Terno de Reis, do mesmo modo que o Bando Anunciador, organizado pela moradora Ronilda Araújo do Santos.
A festa só termina no dia 5 com três oferendas à Iemanjá, com muitos cestos de presentes sendo levados a alto mar, partindo das praias da Sereia, Enseadinha e do Farol. Antes, no dia 2 de fevereiro, tem o belíssimo Presente de Iemanjá na Rua K, que a cada ano reúne mais gente, principalmente turistas. São espetáculos fantásticos de lúdicas e ritualísticas manifestações religiosas dos pescadores e mães-pequenas de terreiros de Candomblé.
A Lavagem de Itapuã é organizada por segmentos representativos da comunidade, como grupos culturais, entidades e moradores locais mas, inexplicavelmente, tem enfrentado dificuldade na obtenção da dotação de verba pública junto à Prefeitura. O bairro de Itapuã é apontado como um museu a céu aberto. Tem histórica secular, natureza e cultura singulares e decisiva importância para a mobilidade urbana no que tange à entrada e saída da capital. É considerado um dos sete pontos mágicos de Salvador. |