Através da abordagem de textos de Antonin Artaud e de depoimentos pessoais do ator, a ação cênica propõe uma investigação dos espaços de fronteira entre os duplos Loucura/lucidez, ficção/realidade, linguagem/vida, provocando um constante questionamento sobre a matéria do discurso em nossos papéis artísticos, sociais, éticos. Este espetáculo intervém espaços alternativos, zelando pelo diálogo entre o asséptico do que é vivenciado e a poeira, o sujo, o opressor do que está em volta, diálogo este que gera um discurso parabólico com a sociedade atual na procura de uma limpeza radical das estruturas existentes no meio da desordem que atinge o ser humano, célula primária de qualquer estrutura social. Inspirado no universo de Antonin Artaud, Caio Rodrigo faz uma viagem pelo pensamento fragmentado da obra de Artaud, expondo as vísceras do seu universo.

Traçando um paralelo entre a personalidade como ente ético e social do ator contemporâneo e o pensamento filósofo-teatral da personagem francesa. O uso das imagens como móbil para a retomada do universo de Artaud e do jogo entre realidade e fantasia, entre carne viva e delírio, fazem do espetáculo um ritual em um universo imaginário que nos remete a um espaço de solidão e busca na procura de algo indefinido entre o ator e o autor, mas com certeza fugindo de uma realidade que os oprime e os copula de maneira insistentemente agressiva.

NOTA. Este espetáculo é uma parceria de Teatro Terceira Margem com Oco Teatro Laboratório.

FICHA TÉCNICA. Dramaturgia: Caio Rodrigo, Hilda NAsciemnto e Luis Alonso Atuação. Caio Rodrigo. Direção: Luis Alonso Assistente de Direção. Hilda Nascimento e Heber Fontes, Iluminação: Pedro Dultra Cenário. Rodrigo Frota. Figurino. Hamilton Lima. Trilha Sonora. Luis Alonso. Fotografias. Alessandra Nohvais e Felipe Cartaxo.