Frank Menezes está ensaiando vertiginosamente, no Teatro Módulo, na Pituba, a peça "O Corrupto" (em cartaz aos sábados e domingos, às 20h, de 23 de janeiro a 27 de fevereiro, parando durante o carnaval) um texto escrito durante um ano e meio por ele, mas que não podia ser mais atual do que neste momento. Sob a direção de Marcelo Prado, que estreia dirigindo, Frank encarna um professor que dá aulas de corrupção ativa a uma turma de alunos de um curso que ensina a ser corrupto das mais variadas formas.

Só que esta turma está em recuperação pela quinta vez por não conseguir atingir os níveis necessários para passar à próxima etapa de formação em corrupção...

Em "O Corrupto", Frank, com seu humor absolutamente inteligente, enfia o dedo em todos os pontos com nervos expostos na sociedade brasileira atual. Fala dos políticos, é claro, mas fala também da corrupção perpetrada por líderes espirituais de várias religiões, da corrupção nas instituições públicas e nas empresas privadas, nos meios de comunicação e das pequenas corrupções do dia a dia, aquelas toleradas sem dores de consciência pelo cidadão comum, como estacionar na vaga de deficientes, furar fila e outras tantas "coisinhas". A peça acaba por ser uma "paulada" na consciência, dada entre gargalhadas.