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Mundaréu
Sábado 19 Agosto 2017, 19:00

Acessos : 302

“Sonho que se sonha só. É só um sonho que se sonha só. Mas sonho que se sonha junto é realidade”, escreve Raul Seixas em Prelúdio. Sonhos estes que fizeram os artistas Daniel Arcades e Thiago Romero se juntarem pela sétima vez e caminharem pelo interior do Brasil para falar sobre sonhos, saudades e o ato político de amar. Este é o fio condutor de Mundaréu, que traz Romero em cena e faz parte do NATAS EM SOLOS, ação que integra o projeto OROAFROBUMERANGUE, do Núcleo Afro Brasileiro de Teatro de Alagoinhas. O espetáculo será apresentado no dia 20 de agosto, no Centro de Cultura de Alagoinhas, às 20h.

Inspirado no universo literário de escritores como Guimarães Rosa, Mia Couto, José Eduardo Agualusa e em manifestações da cultura popular brasileira Mundaréu é um convite a acompanhar as andanças da personagem Cascudo, que carrega os sonhos dos inventados. Memória, partidas, saudades, ancestralidade e encontros são mais importantes que o percurso feito pelo andarilho durante a peça. Em Mundaréu, o interior também ganha uma outra conotação, não é somente as estradas percorridas, é o nosso inconsciente, nossos desejos e sonhos.

“É uma história bonita que gosto de pensar. Tenho muita vontade de falar sobre o interior. Eu nasci no interior do Rio de Janeiro, mais tarde formei em história da arte e caminhei pelo interior do Brasil para conhecer nossa cultura popular. Nessas andanças, desembarquei em Cachoeira, na comunidade Kaonge. Passei pelo distrito de Acupe, em Santo Amaro, onde conheci o “Nego Fugido”. Quando o NATA veio com a história dos solos, eu pensei: cara, vou fazer um espetáculo falando sobre o interior, desse universo que vivi em Cachoeira. É quando surge a primeira ideia do Mundaréu”, recorda Thiago Romero.

Simultaneamente, Romero conta que vivia uma fase muito silenciosa e questionadora. “Desejo de conquistar os sonhos, mas os colocamos na mão de outras pessoas. Tinha acabado de fazer o Beco Ocupado, que é um projeto muito potente em minha vida e como eu era impotente de não conseguir continuar aquele projeto, que não era meu, mas que fomentava o lugar e tinha os sonhos de várias pessoas dentro dele. Nessa confusão, Daniel escreveu um texto lindo provocado pelo Nego Fugido e criou o Cascudo, uma pessoa que carrega os sonhos”, lembra Romero.

O ator rememora que na época tinha acabado de ler o livro O Vendedor de Passados – de Agualusa, que é um cara que vende passados para as pessoas. “É um livro lindo. Tinha lido também um livro do Mia Couto - Antes de Nascer o Mundo, que tem uma passagem linda que colocamos em Mundaréu. Pai e filho estão sentados, este narra que o pai dele o chamava de afinador de silêncios. Isso é muito lindo e eu estava nesse momento. Daniel pegou mais essas referências e escreveu uma dramaturgia rica em cultura popular, com uma personagem que fazia várias jornadas pelo interior da Bahia”, conta.

Daniel Arcades fala que Cascudo e os inventados são frutos do grande amor que tem pela literatura brasileira e que esse homem que vaga carregando sonhos é uma maneira de pensar na simplicidade dos sonhos de tanta gente, contra a lógica do mercado que nos leva a sonhar bens materiais e de consumo. “Guimarães Rosa, Graciliano Ramos, Jorge Amado e o próprio Mário de Andrade fazem parte de minhas leituras e cada um traz um olhar local para o Brasil muito forte. Cascudo ganhou esse nome pensando em um sujeito que iria oralizar esses inventados, óbvio que é uma referência ao Câmara Cascudo”, acrescenta o dramaturgo que ganhou o prêmio de melhor texto, no Braskem de Teatro 2016.

Romero, que tinha convidado Luiz Antônio Sena Jr. (A Outra Companhia de Teatro) e o diretor musical Jarbas Bittencourt para fazerem a assistência de direção, vai para sala de ensaio e “fiquei completamente inquieto”. “Mandei uma mensagem para Jarbas e Luiz dizendo: não quero falar disso, não estou falando do que quero, quero mudar tudo. Não me responderam. Tinha algumas coisas no percurso da dramaturgia que não me agradavam. No outro dia voltamos para o ensaio, Luiz fez um procedimento e entendemos a estrutura que eu queria, que era fazer um espetáculo sobre sonhos”, descreve o ator.

Nesse momento, o Mundaréu não é cachoeira e Cascudo não é um tipo nordestino. “O sentido interior que Mundaréu traz é mais amplo. É o olhar para dentro. Falo muitas coisas minhas, das inquietações minhas e das pessoas. É difícil lidar com os sonhos e desejos das pessoas e com as suas saudades. Isso é o Mundaréu. Por exemplo, sou diretor de teatro, muitas pessoas que trabalham comigo estão pegando o meu sonho por que tem um desejo de fazer teatro”, enfatiza.

OROAFROBUMERANGUE

Os solos do grupo são muito plurais, mas eles têm uma responsabilidade social e política muito grande, inclusive, Mundaréu, pois ser amoroso com o outro é também uma responsabilidade política. “A relação entre as pessoas parte do princípio de estarmos abertos para o diálogo com o outro. Estar aberto é estar sensível. Se você não se olha, você não vai olhar o outro. Todos os meus espetáculos falam disso. Sempre vou falar de amor. Mundaréu é um deleite, para você sair dali e rever seu mundo, mas não doe”, enfatiza Romero.

O projeto Natas em Solos é um projeto artístico-investigativo-formativo que consiste na investigação, montagem e apresentação de seis solos concebidos e realizados pelos intérpretes/criadores do NATA a partir das pesquisas cênicas individuais destes artistas. As montagens ficam em cartaz de 18 a 27 de agosto, às 20h, com ingressos a R$ 10 e R$ 5.

O público poderá conferir no Centro de Cultura de Alagoinhas os solos Iyá Ilu de Sanara Rocha (18 - sexta-feira), Mundaréu de Thiago Romero (19 – sábado), Impopstor de Daniel Arcades (20 - domingo), Gbagbe de Nando Zâmbia (24 - quinta), As Bala Que Não Dei Ao Meu Filho de Antônio Marcelo (26 - sábado), e Rosas Negras de Fabíola Nansurê (27 – domingo).

As apresentações fazem parte do projeto OROAFROBUMERANGUE, que tem o apoio financeiro do Governo do Estado, através do Fundo de Cultura da Secretaria da Fazenda e Secretaria de Cultura do Estado da Bahia, aprovado no Edital Setorial de Teatro da Fundação Cultural do Estado da Bahia (Funceb), com produção da Modupé Produtora.

FICHA TÉCNICA


MUNDARÉU

concepção e atuação:

THIAGO ROMERO

direção:

THIAGO ROMERO E JARBAS BITTENCOURT

co-direção:

LUIZ ANTÔNIO JR

texto:

DANIEL ARCADES

direção musical e trilha original:

JARBAS BITTENCOURT

direção de arte:

THIAGO ROMERO E GIOVANI RUFINO

iluminação:

NANDO ZÂMBIA

fotografia, vídeo e design gráfico:

GIOVANI RUFINO

artistas colaboradores:

ANDERSON DANTTAS, BERGSON NUNES, DIEGO MORENO, EDEISE GOMES, TINA MELO E JEAN NOGUEIRA

costura:

SARAÍ REIS

EQUIPE NATAS EM SOLOS

coordenação artística:

FERNANDA JÚLIA

cobertura fotográfica:

ANDRÉA MAGNONI

cobertura audiovisual e vídeos promocionais:

THIAGO GOMES

programação visual e ascom:

MODUPÉ PRODUTORA

direção de produção:

SUSAN KALIK

produção executiva:

FRANCISCO XAVIER

realização:

NATA E MODUPÉ PRODUTORA

 

Valor  R$ 10 e R$ 5

Apresentação faz parte do projeto OROAFROBUMERANGUE do NATA.

Localização  Centro Cultural de Alagoinhas
Rua Coronel Filadelfo Neves, 0 Jd Petrolar
Brasil/Bahia/Alagoinhas
48040-170
(75) 3421-5608

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