A peça, escrita e dirigida por Sophia Colleti, fica em cartaz de quarta a domingo

Revolução – o retorno de um corpo astral a um ponto da própria órbita é o espetáculo de formatura de Sophia Colleti no curso de Direção Teatral da Escola de Teatro da UFBA. A peça é uma adaptação autoral, escrita e dirigida por Colleti, do livro Revolutionary Road, de Richard Yates, e estreia nesta quarta (05) no Teatro Martim Gonçalves. A temporada segue até domingo (09) com sessão quarta e quinta, às 20h, e de sexta a domingo, às 17h e às 20h, sempre com entrada gratuita.

A montagem traz a história de Bárbara e André, interpretados por Camila Guilera e Israel Barretto, dois adultos de espíritos livres que, diante de uma realidade que não os contenta, optam pela mudança, e enfrentam as consequências de abrir mão do conveniente. Entre vislumbres de um passado feliz e conflitos de um presente duro, o espetáculo convida o público à uma atmosfera intimista que brinca com a metalinguagem do teatro.

Para a diretora, a peça trata de questões atemporais e universais das relações humanas. “_Revolução_ fala do que vem de dentro, e esse tema é eterno. Acompanhamos personagens que buscam honestidade em seus relacionamentos, sem, no entanto, oferecer honestidade em troca. Eles são como a gente – queremos viver pela verdade, mas logo falhamos em ser verdadeiros com quem mais importa: nós mesmos. Eis o retorno periódico a um ponto da própria órbita. Será que conseguimos romper com o ciclo?”, questiona Colleti.

Além de Camila Guilera, integrante do grupo A Panacéia; e Israel Barretto, integrante do grupo A Outra Companhia de Teatro, o elenco conta com Hyago Matos e Larissa Libório, estudantes da Escola de Teatro, Aícha Marques, atriz premiada pelo Festival Nacional de Florianópolis e pelo Prêmio Braskem de Teatro (2009 e 2011) e Rui Manthur, ator baiano recém indicado ao Prêmio Braskem de Teatro 2018 na categoria melhor ator por seu trabalho no espetáculo Enfermaria n.º6. Revolução conta com orientação da professora Elisa Mendes e a produção é do grupo de teatro A Panacéia.

Sophia Colleti
Paulista fugida, a artista chegou sozinha em Salvador em 2015, com 17 anos, para cursar Artes Cênicas na UFBA. Em sua trajetória na Escola de Teatro, participou como atriz de mostras e experimentos cênicos; participou do projeto de extensão CineTeatro; e fez um intercâmbio de um semestre em Portugal, na Universidade de Coimbra, onde estudou principalmente cinema.

No currículo, traz dois espetáculos. O primeiro foi Eu, Zuzu Angel, Agora Milito. A peça resgata, através de um texto autoral, a trajetória da estilista Zuzu Angel, que teve seu filho Stuart assassinado pelos militares durante a ditadura brasileira, para discutir a nossa passividade diante de situações sócio-políticas graves.

O segundo foi a peça Enfermaria nº6, sua pré-formatura em direção teatral, a qual lhe rendeu a indicação ao Prêmio Braskem de Teatro 2018 na categoria Revelação. Aqui, acompanhamos a história de Andriéi, médico geral do hospital sucateado de uma cidadezinha, e Vânia, paciente da ala psiquiátrica deste mesmo hospital. A peça é uma adaptação autoral do conto de Anton Tchekhov, e discute temas como saúde mental, manicômios, relativização de violências, filosofia, entre outros. Durante a temporada, foram promovidos bate-papos com convidados da área de teatro e de psiquiatria todos os dias.


SERVIÇO
Revolução – o retorno de um corpo astral a um ponto da própria órbita
Teatro Martim Gonçalves
De 05 a 09 de junho
Quarta e quinta, às 20h
Sexta a domingo, às 17h e às 20h
Entrada gratuita