Com quantos elementos se faz um reino? Na versão de Ricardo III em cartaz no Festival Internacional de artes Cênicas da Bahia (FIAC), bastam um ator, uma lousa, um cabideiro, uma mesa e doze canetas pilotos. Em cartaz no Cine-Teatro Solar Boa Vista nesta sexta (31/10, às 20h) e sábado (01/11, às 18h), o espetáculo minimaliza o cenário e concentra o texto de Shakespeare na atuação de Gustavo Gasparini.

A proposta é, claramente, aproximar o público da obra do dramaturgo inglês sem as formalidades cênicas habituais.  “Estamos todos ali para assistir a uma grande aventura, e não uma peça hermética que apenas os ‘iniciados’ são capazes de entender”, explica Sérgio Módena, que com Gasparini divide a direção do premiado espetáculo.

A história se passa no final da Guerra das Rosas (1455-1485), conflito sucessório pelo trono da Inglaterra entre os dois ramos da dinastia Plantageneta, no qual a Real Casa de York toma o poder. Almejando reinar, Ricardo começa a tecer uma teia de intrigas. Assassina seus irmãos, seus sobrinhos, membros da alta nobreza e permanece, aos olhos da maioria, livre de qualquer suspeita, conquistando a coroa por exclusão de partes. Quando Ricardo finalmente se senta no trono real, o Conde de Richmond atravessa os mares para disputar o direito real e destrói o exército de Ricardo.