O feminismo de Oprah ou de Deneuve - A importância da contextualização por Cristiane Alves |
Comportamento | |||
Ter, 16 de Janeiro de 2018 04:44 | |||
Diante das controvérsias geradas pelo discurso de Oprah Winfrey (movimento #metoo), e a carta assinada pelas feministas francesas dentre as quais Catherine Deneuve aparece como nome chave, busquemos uma mediação de discursos.
Em ambos os casos existem verdades irrefutáveis e incongruências inignoráveis. Acho que o mais importante não é analisar as reivindicações de modo descontextualizado, por uma ótica particulada e uma cultura particular. O capitalismo estimula a segregação. Não fosse assim deixaria de existir. A competição é a base do capitalismo. Mas o capitalismo em si não explica toda segregação, todo ódio ao divergente, toda acepção de pessoas. Tampouco essas vertentes de pensamentos são menos ou mais importantes, não deixamos de embarcar na onda maniqueísta ao adotarmos um lado como se um anulasse o outro. Primeiro porque estão em contextos diferentes entre si (França e EUA) e diferentes de nós. Do mesmo modo que não podemos pensar o socialismo num plano asséptico. Cada realidade transforma um pensamento em algo tridimensional e vivo. Penso em cada discurso como um desfile de moda (com o perdão da comparação), o importante é menos o traje que a tendência. Não dá para "vestir a fala de Oprah em qualquer mulher do mundo e o mesmo com Deneuve. Dá para vestir a essência de ambos. Acho que o erro está em categorizar sempre tudo em compartimentos uma vez que falamos em História viva e em movimento. O feminismo francês não é melhor que o americano ou pior que o Russo, a essência é a busca pela igualdade de gênero, o que difere são as realidades particulares em cada contexto, sua história. O purismo é tão perigoso quanto a inverdade. Artigo publicado originalmente em https://jornalggn.com.br/noticia/o-feminismo-de-oprah-ou-de-deneuve-a-importancia-da-contextualizacao-por-cristiane-alves
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