Quando a Cultura chega ao mundo do trabalho por Morgana Eneile |
Cidadania | |||
Sex, 24 de Julho de 2009 18:13 | |||
Em 2006, o Programa de Governo à reeleição do presidente Lula apontava para a criação do ticket cultural através do Programa de Cultura do Trabalhador Brasileiro, combinando renúncia fiscal com recursos próprios das empresas brasileiras.
A
assinatura do presidente no projeto de lei do Vale Cultura, a ser enviado nesta
quinta-feira (23) ao Congresso Nacional, cumpre o programa apresentado à
sociedade de ampliar os mecanismos de acesso direto com um grande diferencial:
a autonomia da escolha do produto cultural a ser utilizado. Com os R$ 50
recebidos pode o/a trabalhador/ Há uma mudança de paradigma. Até hoje, os questionamentos sobre a frequência aos serviços culturais se baseava em relações “tostines”: o/a cidadão/ã não vai por que não “gosta” ou não “gosta” por que não tem recursos ou acesso?
Há
ainda quem acredite que o benefício será utilizado apenas com o que é
considerado “cultura de massa”, operando para ampliar o consumo de serviços já
reconhecidos. De outro lado, várias pesquisas já indicaram ser o valor dos
ingressos um impeditivo para o acesso. Existe no senso comum uma descrença na
capacidade de reflexão por parte do/a trabalhador/ Outra mudança sensível se dará na pauta sindical. A luta do movimento sindical brasileiro cumpre um papel fundamental na garantia, manutenção e ampliação dos direitos de trabalhadores e trabalhadoras, bem como historicamente ampliou a pauta das condições em que o exercício do trabalho ocorre, como saúde e segurança, com alimentação, com a família, quando defende as creches e auxílios maternidade e paternidade, e com a formação e educação profissionalizante. Hoje, 23 de julho de 2009, a luta do movimento sindical poderá se ampliar ao tempo livre. Chegamos ao tempo de buscar a qualidade deste tempo. De compreender que são necessários mais que garantias para a sobrevivência e existência. A luta pelo ócio produtivo, de contemplação do belo e do bom, do alimento da alma. A qualidade do trabalho passa por ter a oportunidade de construir reflexões sobre seu próprio modo de vida e seu lugar no mundo. O movimento sindical tem a oportunidade de incluir na pauta de cada reivindicação e acordo este benefício. Do mesmo modo que se construíram os vales alimentação e transporte e o seguro saúde, não será sem luta. Esta vitória é de toda a sociedade. Do segmento da Cultura porque injetará cerca de 600 milhões no mercado, ampliando a economia e as oportunidades para os/as trabalhadores/Morgana Eneile é secretária Nacional de Cultura do PT
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