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Réquiem para a era Reagan. Por Chrystia Freeland do "Financial Times"
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Meio Ambiente & Sustentabilidade
Seg, 22 de Setembro de 2008 05:41
Dividir os EUA em duas tribos que não se entendem é uma forma comum para compreender um país tão vasto e diversificado. Norte e Sul, Estados vermelhos e Estados azuis, e, até esta semana, ainda havia a divisão entre a Main Street [economia real, em alusão à rua principal em muitas cidades interioranas do país] e Wall Street [o distrito financeiro].
Há mais de um ano Wall Street foi abalada por uma crise de crédito que pessimistas diziam ser a pior desde 1929.
Main Street não estava imune -o desemprego aumentou, o preço dos imóveis caiu e cresceu o número de pessoas que tiveram que devolver suas casas por não conseguir pagar sua dívida imobiliária. Mas a população se mantinha confiante, graças em parte ao estímulo fiscal do início do ano que permitiu ao PIB do país crescer ao ritmo de 3,3% no segundo trimestre.

Na campanha presidencial, isso se traduzia no fato de o foco estar nas historinhas pessoais dos candidatos em vez de nas políticas públicas. Parecia que, de novo, a corrida presidencial evitaria a economia.

Até que, seis dias atrás, o mercado financeiro se fez ouvir pelo cidadão comum. E repentinamente a comparação com 1929 se tornou corrente.

O dia de ontem provou o quanto os EUA estavam apavorados. Quando Henry Paulson, secretário do Tesouro, sugeriu a criação de uma gigantesca agência do governo para comprar dívida podre, aquilo que pareceria radical uma semana antes se tornou necessário a ponto de ter pronto apoio de republicanos e democratas.

Luta de classes
Barack Obama é o beneficiário político imediato da crise. De fato, a inversão na percepção nacional foi tão abrupta que surpreendeu John McCain, para quem a economia americana estava "fundamentalmente sólida". Mas McCain não é o único a ter as convicções abaladas. A crise é tão grande que está forçando os americanos a reverem conceitos cruciais como capitalismo de mercado e papel do Estado.
Desde 1989 o item mais importante nas exportações ideológicas dos EUA era a idéia de mercado. Internamente, mesmo que crescesse o abismo entre os mais ricos e o resto, os americanos se mantinham avessos à luta de classes. Tanto que na Convenção do Partido Republicano era perfeitamente aceitável dizer que o maior problema americano era o de um Estado imenso e invasivo.

Mas tudo mudou nesta semana. A dramaturgia não poderia ter produzido um financista republicano mais perfeito que Paulson, o garotão esportista de uma cidadezinha de Illinois que cresceu para ser presidente do Goldman Sachs. E eis que ele se torna agora responsável por uma nacionalização de ativos maior do que a russa.

Quanto à imagem heróica do executivo de sucesso, esta foi destruída por John McCain, que tentou mostrar serviço ao acordar de sua hibernação econômica culpando os presidentes das empresas pela crise.
A sombra de Ronald Reagan parecia maior neste ano. Obama chegou a dizer que Reagan foi o mais marcante presidente dos últimos tempos, e, em sua convenção, os republicanos definiram McCain como um soldado de Reagan.

Mas no dia de anteontem a era Reagan chegou ao fim. A confiança otimista na superioridade do "american way" foi abalada não só por Guantánamo ou Abu Ghraib, mas também pelo fato de a crise ter seu epicentro em Wall Street, e não na Rússia ou no México.

O mais importante é que, depois de três décadas de consenso sobre a diminuição do tamanho do Estado, a prioridade agora será tornar o Estado melhor e provavelmente maior.

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