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Com 'risco' de ampliar alvos, Lava Jato enrolou para prender lobista-mor, por Janio de Freitas
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Dando o que Falar
Seg, 27 de Fevereiro de 2017 03:05

Janio_de_FreitasJato lerdo é cria dos laboratórios da Lava Jato, invento eficaz que relega ao descaso as evidências inconvenientes ao poder. Mas a cria volta-se contra o criador quando acuada em contingências incontornáveis. É o que versa o artigo de hoje de Janio de Freitas, na Folha.

Jorge e Bruno Luz saem da Jato lerdo e entram com rapidez na Lava Jato depois de serem presos nos EUA. Mas que nem seria preciso a Interpol entrar no circuito, já que Paulo Roberto Costa já havia denunciado os dois desde os primórdios de sua premiação como delator. Jato lerdo escamoteou isso por quase três anos. Moro só agora voltou a eles sua atenção.

Os dois são respeitados em sua especialidade – lobby e intermediação de negócios ilícitos, principalmente nas fraudes em concorrências públicas. Jorge Luz trabalha na área desde os tempos da ditadura. Isso joga muita luz para fora da zona delimitada pela Lava Jato, que não passa pelos anos 80 e 90, mesmo que esses atores atuassem bem antes de 2000. O grande risco da delimitação é uma citação puxar uma outra lembrança de um novo velho personagem que estaria fora do desejado. Risco grande.

 E como bem diz Janio de Freitas, “Jorge Luz não pôde escapar da Lava Jato. Mas a Lava Jato não pôde escapar de Jorge Luz”.

Leia o artigo a seguir.

da Folha

Com 'risco' de ampliar alvos, Lava Jato enrolou para prender lobista-mor

por Janio de Freitas

Jato lerdo é mais uma originalidade da produção nacional. Como o nome sugere, criada nos laboratórios da Lava Jato, que também deu (com a colaboração de peessedebistas) muitas provas da eficácia do invento. Sujeita, no entanto, a frequentes contestações. Todas, é verdade, relegadas ao descaso, que é a vala comum reservada aos argumentos e evidências inconvenientes ao poder. Por acaso ou por contingências incontornáveis, porém, a criação de repente se autodenuncia.

Detidos nos Estados Unidos, os brasileiros Jorge Luz e seu filho, Bruno Luz, entram na Lava Jato com rapidez, em relação ao pedido do juiz Sérgio Moro de que fossem localizados pela Interpol. Já a Lava Jato levou quase três anos até dar aos dois a atenção que trabalharam muito para merecer. Não é que fossem desconhecidos ou mal conhecidos dos coletores de delações. Bem ao contrário. Já o delator dos delatores, Paulo Roberto Costa, apontou-lhes o dedo ainda no início de sua nova e logo bem sucedida carreira.

Além disso, Jorge Luz tem dezenas de anos de serviço e de respeito no seu meio profissional, pela extensão da sua área de operações e pelo domínio das técnicas de sua especialidade –lobby e intermediação de negócios ilícitos. Em particular, nas fraudes em concorrências públicas. Jorge Luz –um nome fácil de guardar para sempre– está na ativa desde os tempos da ditadura.

Experiência e memória extensos demais para um plano de ação com jatos concentrados em área delimitada. Quem vem de longe passa pelos anos 80 e 90, não só pelos de 2000. Lembrança puxa lembrança, uma citação desavisada, um nome referido só como ilustração –e pronto, está extrapolada a delimitação. Um risco.

Jorge Luz e sua atividade baixaram ao limbo. Mesmo que, depois de Paulo Roberto, outros o mencionassem lá por 2014. Mas só em janeiro deste ano lhe chegaram sinais de perigo, levando-o ao encontro do filho já morador de Miami.

Jorge Luz não pôde escapar da Lava Jato. Mas a Lava Jato não pôde escapar de Jorge Luz.

PUREZAS

Além da embaralhada acusação de José Yunes, portador da credencial de "amigo de Temer", e da cirurgia que substitui o Carnaval pela próstata, o ministro Eliseu Padilha foi posto sob processo na Comissão de Ética da Presidência. Essa finalidade declarada no nome e a localização idem já se desentendem. Mas processar Padilha por dizer, em público, que uma pessoa eminente foi preterida, para ministro da Saúde, por necessidade de nomear alguém do PP –isso não é processo: é gaiatice. Primeiro, por ser público que os governos trocam ministérios por votos na Câmara e no Senado; depois, por que seria preferível uma resposta mentirosa?

O Supremo considerou nepotismo a nomeação, pelo prefeito Crivella, de seu filho para um cargo na Casa Civil.

Feita a primeira eleição direta de governadores, ainda na ditadura que começava a ruir, o admirável Franco Montoro nomeou um filho para o seu gabinete de governador paulista. Foi forte a reação de imprensa/TV. Até a última vez em que nos vimos, ele não esquecera que argumentei a favor da nomeação, afinal mantida.

Um parente sério, competente e responsável não pode ser depreciado por ser parente, o que em muitos casos nem escolheu.

Supô-lo mero aproveitador é injusto e insultuoso. Para quem nomeia, um auxiliar competente e de tamanha confiança está mais do que justificado.

A correção do exagero para um lado não é o exagero para o outro.

Artigo publicado originalmente em http://jornalggn.com.br/noticia/com-risco-de-ampliar-alvos-lava-jato-enrolou-para-prender-lobista-mor-por-janio-de-freitas

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