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Novo é bom, mas não o novo do PT por Wagner Iglecias
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Dando o que Falar
Qua, 13 de Novembro de 2013 01:37

Wagner_Iglecias2Fernando Haddad é um dos principais nomes da geração de petistas que ganhou proeminência após o surgimento do escândalo do Mensalão do PT, em 2005.

Enquanto velhas lideranças como José Dirceu, José Genoíno e João Paulo Cunha viveram profundo desgaste de suas imagens perante a opinião pública, Haddad, assim como já havia ocorrido com Dilma e poderá ocorrer com Alexandre Padilha, foi uma das novas apostas do PT para manter-se competitivo eleitoralmente.

No caso dele, deu certo e acabou eleito prefeito de São Paulo.

Mas mal iniciou sua gestão e já foi quase abalroado pelas manifestações de junho, tendo sofrido o desgaste da manutenção do aumento da tarifa de ônibus, mais tarde revogada em constrangedora cerimônia televisiva em que pareceu secundar o governador tucano Geraldo Alckmin, na sede do governo do estado.

Como bem se sabe, em política é sempre muito importante dar o tom do debate, tomar a dianteira da agenda pública, manter a oposição no córner e fazer com que ela simplesmente reaja, ao invés de ser a protagonista da cena.

Nesse sentido, a gestão Haddad saiu das cordas nas quais se encontrava em junho e retomou o protagonismo do debate ao propor o reajuste escalonado e progressivo do IPTU na cidade de São Paulo, nos fazendo lembrar a todos que política tributária, antes de servir para irrigar os cofres do poder público, existe para promover justiça social.

Não a toa os setores mais reacionários da cidade passaram a bombardear a medida diuturnamente, e com liminares concedidas por juízes o reajuste está, por enquanto, suspenso.

Mesmo com grande parte da cidade estando isenta do pagamento do tributo, ou ter tido redução em relação ao que foi pago no ano passado, ou ter tido aumento abaixo dos índices oficiais de inflação, a maioria dos paulistanos está neste momento convencida de que o reajuste do IPTU foi uma grande maldade por parte da prefeitura. Esta é uma guerra que Haddad está por enquanto perdendo para a direita.

A outra guerra que pode estar começando a ser perdida é do desbaratamento do esquema de corrupção pelo qual fiscais municipais teriam desviado cerca de meio bilhão de reais dos cofres da prefeitura durante a gestão de Gilberto Kassab.

Notícias dão destaque ao fato de que um dos principais secretários de Haddad teria recebido R$ 200 mil destes fiscais a título de financiamento de sua campanha eleitoral para vereador ano passado. É algo que precisa ser esclarecido.

Mas manchetes capciosas e textos de colunistas sabidamente anti-petistas parecem querer debitar na conta de Haddad e do petismo os malfeitos que supostamente teriam ocorrido em gestões de partidos de direita, como o PSD (Kassab) e o PSDB (José Serra).

Um famoso colunista carioca chega mesmo a afirmar que PT e PSDB disputarão, na eleição de 2014, um campeonato particular para ver quem roubou mais.

Ai surge a pergunta: a quem interessa isso, a criação dessa ideia de um mar de lama generalizado? E quem se beneficia disso, desta tentativa de enojar o eleitorado em relação aos partidos tradicionais e mais conhecidos?

Talvez àqueles partidos e candidatos que se apresentam como puros, quase apolíticos, e diferentes de tudo que está ai?

A eleição de 2014 está na ordem do dia, e o combate permanente às medidas protagonizadas pela gestão de Haddad à frente da prefeitura de São Paulo é parte da guerra maior que se anuncia, pelo governo do estado de São Paulo e pela Presidência da República.

E vou além: desgastar Haddad é não apenas jogar água no chope petista para 2014, como tentar a inviabilizar o nome de um político jovem, ponderado e firme, como é caso do prefeito paulistano, o qual é um nome que pode vir a ser uma alternativa do petismo para vôos maiores num cenário futuro para além do próximo mandato presidencial.

Artigo publicado originalmente em http://www.viomundo.com.br/politica/wagner-iglecias-novo-e-bom-mas-nao-o-novo-do-pt.html

*Wagner Iglecias é doutor em Sociologia e professor do Curso de Graduação em Gestão de Políticas Públicas e do Programa de Pós-Graduação em Integração da América Latina da USP.

 

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