Para efeito de comparação, a substituição de uma refeição tradicional por um prato à base de produtos 100% vegetais, durante um mês (30 dias), geraria economia total no orçamento individual de R$ 141,30 em Belo Horizonte, R$ 140,10 em São Paulo, R$ 108,30 no Rio de Janeiro e R$ 60,60 no Recife, conforme a pesquisa.
“A substituição da carne bovina por feijão ou outras leguminosas, como lentilha, grão-de-bico, entre outras, é uma saída mais em conta e mais saudável para as pessoas continuarem a ter um consumo de proteína e ferro adequados”, explica Bruna Nascimento, nutricionista e Especialista Sênior em Políticas Alimentares da MFA.
Versatilidade
Segundo Bruna, o feijão é uma ótima fonte desses nutrientes, assim como de fibras. Um pedaço de 100g de carne pode ser substituído, por exemplo, por sete colheres de sopa de feijão ou uma concha grande. Ela acrescenta que o feijão pode ser preparado cozido ou em outros formatos, como hambúrguer, almôndega e patê.
“Ao fazer essa substituição, também vale a pena atentar ao consumo de algum alimento rico em vitamina C junto ou logo após as refeições. Isso ajuda a aumentar a absorção do ferro presente nos feijões”, alerta a nutricionista, citando o consumo de frutas e suco natural.
Alimentação consciente
O programa Alimentação Consciente Brasil (ACB) tem o objetivo de incentivar o aumento do consumo de alimentos de origem vegetal, como frutas, legumes, verduras e grãos, que devem ser a base de uma alimentação saudável e sustentável, de acordo com as principais autoridades mundiais relacionadas à saúde e ao meio ambiente.
Em seus 5 anos de existência, o programa já contribuiu para que mais de 15 milhões de refeições à base de vegetais fossem servidas em instituições parceiras do poder público, oferecendo uma consultoria inteiramente gratuita para adaptação de cardápio, treinamentos teóricos em educação nutricional e ambiental para nutricionistas e equipes pedagógicas e treinamentos práticos em cozinha vegetal para equipes de cozinha.
“Fazendo essa inclusão no cardápio de instituições que servem refeições em larga escala, como escolas e restaurantes populares, conseguimos contribuir significativamente para uma mudança sistêmica na cultura alimentar. Apesar de não ser um objetivo do programa, a otimização de recursos em instituições do poder público é uma consequência que possibilita um reinvestimento em uma maior diversidade de alimentos de origem vegetal nos cardápios ou até no fomento de formas mais justas de produção, como a agricultura familiar”, diz Alice Martins, Gerente Sênior de Políticas Alimentares do ACB.
Sobre a MFA
A Mercy For Animals é uma das maiores organizações sem fins lucrativos do mundo dedicada ao fim da exploração animal em fazendas industriais e na indústria da pesca. Fundada há 21 anos nos EUA e presente no Brasil desde 2016, a MFA atua em outros países da América Latina, no Canadá, na Índia e está expandindo operações no leste e sudeste asiático, para construir um sistema alimentar mais justo e sustentável.