Os escritores Edney Silvestre, Daniela Arbex e Fabiana Moraes traçam o retrato do Brasil na Bienal do Livro Bahia |
Sáb, 12 de Novembro de 2022 01:42 |
O atual momento do país e a questão da violência foram assuntos presentes no debate Retratos do Brasil, com a participação do jornalista Edney Silvestre e da escritora Socorro Acioli, no Café Literário da Bienal do Livro, que acontece até terça-feira (15/11), no Centro de Convenções. Edney aproveita a Bienal também para o lançar o livro “Pequenas vinganças”, que mostra a violência enraizada na sociedade brasileira. “Percebo que estar ancorado na realidade mantém um fio condutor que me dá régua para a fantasia”, argumenta. Ele comentou ainda sobre os momentos dolorosos que o país enfrentou, com a perda de muitas pessoas queridas. Para o jornalista, é a memória que nos ampara. “Quando a gente escreve pode voltar e recriar as memórias”, afirma ao lembrar que quando foi para Nova Iorque o que amparava a solidão dele eram suas memórias. A religiosidade é um elemento marcante na vida e na obra da escritora Socorro Acioli, que acredita que cada um precisa escrever sobre o que lhe toca. “Acho injusto e bonito as pessoas encontrarem forças pela fé quando falta tudo”. Para Socorro, a pior violência hoje está na palavra. “As pessoas perderam o medo de dizer absurdos, desde que o presidente homenageou publicamente um torturador”. A escritora admite que em seu primeiro livro havia menos violência. Mas o novo trabalho é mais violento, por conta do peso dos últimos anos. A realidade do povo brasileiro também foi destaque no debate “Brasil e seu difícil livro de histórias”, com as jornalistas e escritoras Fabiana Moraes e Daniela Arbex. Elas pontuaram algumas tensões nacionais contemporâneas, como a dificuldade de lidar com o espetáculo diário promovido na Internet, sobretudo nas redes sociais. Fabiana Moraes aproveita para lançar o livro "A pauta é uma arma de combate”, que fala sobre como o jornalismo pode e deve ser utilizado para se opor a cenários de destruição da humanidade, provocando fissuras nos modos colonizados pelos quais os modos de produção da notícia operam desde o século XIX. |
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