Advogado desmonta a farsa de que Lula teria destruído provas. Por Joaquim de Carvalho |
Cidadania | |||
Sáb, 29 de Julho de 2017 20:27 | |||
Dois eventos marcados para 11 de agosto, Dia do Advogado, serão marcos na revelação da verdadeira face de Sérgio Moro, do juiz que se tornou parte.
Em Curitiba, será realizado o Tribunal Popular da Lava Jato, e no Rio de Janeiro haverá o lançamento do livro dos 100 juristas sobre a sentença de Sérgio Moro que condenou o ex-presidente Lula a 9 anos e meio de prisão. Nesses dois eventos, não pode deixar de ser mencionado o ataque que Moro fez à liberdade de expressão, quando determinou a coordenação coercitiva do jornalista Eduardo Guimarães para prestar depoimento. Passados quatro meses do fato, o que começa a ficar claro é que o ataque pode não ter sido apenas à liberdade de expressão, mas à verdade factual do processo. Ao que parece, Moro tentou construir uma versão para justificar o fracasso na operação de busca e apreensão à casa de Lula, um ano e um mês antes, no dia 26 de fevereiro. Como se recorda, houve uma operação de guerra, com a intensa cobertura da imprensa, com homens fortemente armados, entrando no apartamento de Lula e depois saindo com ele, para levá-lo a prestar depoimento. Na busca, os policiais pegaram até os celulares e o ipad dos netos do ex-presidente, levantaram colchão, reviraram as gavetas e não encontraram provas para incriminar Lula. Das duas uma: ou Lula é inocente, ou ele havia eliminado previamente todas as provas. Como a primeira hipótese não faz sentido para a tese de Moro e dos procuradores da república de Curitiba, era preciso demonstrar a eliminação das provas, e é aí que entra outra condução coercitiva, a de Eduardo Guimarães. Um dos argumentos levantados para levar à força o jornalista para depor é que ele teria vazado à equipe de Lula a decisão de busca e apreensão no apartamento. O problema de Moro é que esta hipótese não se sustenta. “Trata-se de uma incompatibilidade objetiva entre a hipótese suscitada por V. Exa. e o calendário gregoriano”, escreveu Anderson Bezerra Lopes, advogado do presidente do Instituto Lula, Paulo Okamotto, em uma petição entregue a Moro. É que o juiz federal de Curitiba assinou o decreto de busca e apreensão no apartamento de Lula no dia 24/02/16 e determinou o sigilo da decisão até o dia da operação, 26/02/16. Nem o Ministério Público Federal foi formalmente informado. Admitir que Guimarães sabia da busca e apreensão é o mesmo que aceitar que alguém da Vara de Moro vazou a informação para ele. “Nesse sentido, especular sobre o vazamento de informação sobre as buscas domiciliares necessariamente implica desconfiar da lisura e correção dos servidores desse Juízo que tiveram acesso à decisão proferida por V. Exa. em 24/02/16, o que não cremos ser o caso”, observou o advogado. O que o jornalista divulgou em seu blog no dia 26 de fevereiro é que Moro havia quebrado os sigilos bancários e fiscal do ex-presidente Lula, e a fonte da informação, como se sabe, é uma funcionária da Receita Federal. Moro não conseguiu colocar de pé a versão de que, informado por Guimarães, Lula eliminou provas, mas o que aconteceu depois do depoimento faz lembrar os piores momentos do regime militar. Pouco depois do depoimento, o blog Antogonista noticiou que Guimarães havia revelado sua fonte à Polícia Federal – alguém avisou o Antagonista. Na ditadura, vazava-se o conteúdo de depoimento tomado sob tortura, com objetivo de desmoralizar adversários do regime militar. A PF já sabia o nome da fonte de Guimarães – a funcionária da Receita Federal – e o que disse o jornalista não mudou nada em relação a isso. Mas, ao dizer que Eduardo Guimarães contou quem era sua fonte, o informante do Antagonista – será Moro? Será sua mulher, Rosângela, propagadora do site? – tinha o objetivo de desmoralizar o jornalista, como a ditadura fazia com seus adversários. Depois do depoimento de Guimarães, Moro se declarou suspeito para continuar com a investigação sob seu poder. Artigopu blicado originalmente em http://www.diariodocentrodomundo.com.br/advogado-desmonta-farsa-de-que-lula-teria-destruido-provas-por-joaquim-de-carvalho/
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