O perigo dos escandalos de ultima hora por Paulo Moreira Leite |
Dando o que Falar | |||
Seg, 08 de Setembro de 2014 06:49 | |||
A prudência recomenda cautela contra denúncias divulgadas em véspera de eleição. O risco é óbvio: escândalos de última hora causam sensação na mesma medida em que prejudicam uma apuração serena.
Hipóteses que não foram provadas ganham a fisionomia de fatos reais. Suspeitos – ou nem isso – logo são apontados como culpados. Escândalos dessa natureza são mais difíceis de apurar e, muitas vezes, não há o interesse de esclarecer. O que se quer é o barulho. Não custa lembrar que a suspeita mais consistente, até o momento, aponta para o próprio Paulo Roberto. Ameaçado de cumprir 30 anos de prisão por corrupção, ele tem todo interesse em diminuir a própria acusação em troca de denúncias que possam envolver políticos e autoridades. Outro aspecto é que ninguém sabe o que ele disse — oficialmente. Sabemos de acusações que lhe são atribuídas pelos jornalistas mas não há denúncias entre aspas, assinadas, que poderiam ter um valor maior do que palavras impressas que tanto podem virar coisa séria como apenas embrulhar peixe na feira do dia seguinte. As informações são verdadeiras? Não se sabe — até porque não tivemos uma investigação com base em provas e outros indícios para atestar sua consistencia, ou não. Estamos falando de reportagens que querem construir um pré-julgamento quando faltam quatro semanas até a eleição, o que torna a comparação com o mensalão de 2005, ensaiada por vários veículos, particularmente irônica. Impossível saber. A experiência ensina que não se deve julgar aquilo que não se conhece, certo? Já vimos este filme, que tem sempre o mesmo personagem. Em 1989, a campanha de Collor trouxe Lurian para o horário político, usando um depoimento comprado para acusar Lula.
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Última atualização em Seg, 08 de Setembro de 2014 05:53 |
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