O Dia Mundial de Combate à Osteoporose, celebrado em 20 de outubro, promove a conscientização para a prevenção da doença que já atinge mais de 10 milhões de brasileiros. Com o isolamento social provocado pela pandemia do novo coronavírus, os cuidados com os pacientes com a patologia, em sua maioria mulheres acima dos 65 anos e homens após os 70, devem ser voltados para o risco de queda no ambiente domiciliar.

Marcelo Midlej, ortopedista especialista em cirurgia do joelho e diretor médico das clínicas Neo Ortopedia e Instituto Pró-Saúde, ressalta que a osteoporose é uma condição na qual os ossos se tornam mais frágeis e quebradiços e, por isso, algumas medidas simples podem contribuir para a prevenção de acidente em casa: “Entre elas estão evitar tapetes soltos, não deixar móveis fora do lugar habitual, manter as passagens livres de obstáculos, evitar fios elétricos soltos, instalar piso antiderrapante e barras de apoio no banheiro, além de ter sempre um abajur no quarto, ao lado da cama e armários, em altura acessível”, ressalta.

Na osteoporose, a formação de um osso novo não acompanha a substituição de tecido ósseo que o organismo constantemente faz. Dois tipos de células estão envolvidas nesse processo de renovação óssea: os osteoblastos (“formadores do osso”) e os osteoclastos (“degradadora do osso”). Entre os fatores de risco que causam a doença estão: predisposição genética, envelhecimento, dieta pobre em cálcio, sedentarismo, abuso de álcool, o tabagismo, menopausa e uso abusivo de remédios à base de corticóides.

O diretor médico da Neo Ortopedia e Instituto Pró-Saúde alerta que a osteoporose é uma doença silenciosa. “Raramente apresenta algum sintoma antes que ocorra sua consequência mais grave, que é uma fratura. O ideal é que sejam feitos exames para o diagnóstico antes que ocorra uma fratura”, destaca.

Prevenção

A ingestão de cálcio é fundamental para a prevenção da osteoporose. “A quantidade ideal de ingestão desse nutriente é de no mínimo 1000 miligramas por dia. O cálcio pode ser obtido através de consumo de alimentos derivados do leite e em vegetais como brócolis e folhas verde escuras”, diz Marcelo Midlej.

O ortopedista conta que a vitamina D também é importante na incorporação do cálcio no trato intestinal. Como poucos alimentos disponibilizam o nutriente, a exposição diária a luz solar por cerca de 15 minutos é suficiente para suprir a necessidade humana. Além disso, exercícios físicos de impacto estimulam a formação de massa óssea e também auxiliam na formação de massa muscular, que é crucial na prevenção de quedas.

Tratamento

O tratamento da osteoporose é inicialmente realizado com a checagem e ajuste da dieta para ingestão adequada de cálcio e vitamina D. Se a via alimentar não for suficiente para conter a perda óssea, suplementos são indicados. Em estágio mais avançado, o uso de medicamentos que promovem o aumento da massa óssea, como os bifosfonatos, e que inibe a degradação óssea, como a calcitonina, são adicionados a essas medidas. “A escolha do remédio ideal depende da particularidade de cada indivíduo”, finaliza Marcelo.

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